Implementando a Política da Qualidade em Instituições de Saúde

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(Por Adriana Candido, Me; Andrea Belo, Espec.; Fabíola Monteiro, Espec.)

Atenção à qualidade nas instituições de saúde

A atenção à qualidade nas instituições de saúde tem sido uma premissa cada vez mais discutida e acentuada no panorama mundial. O maior incentivo à averiguação da qualidade apresenta-se como um reflexo de distintos fatores, tais como as regulamentações governamentais, a influência do papel que os pacientes têm exercido, num contexto enquanto clientes, bem como as iniciativas da gestão hospitalar (AL-ALI, 2014). Necessidades de mudança no sistema de saúde têm acarretado muitas expectativas por parte dos profissionais e clientes. Novas metas ambiciosas buscam elevar o padrão de qualidade das instituições de saúde, com o objetivo de produzirem melhores resultados, maior valor e impacto social. No entanto, permanecer na trajetória atual não será suficiente para atender a essas demandas e verificar resultados diferentes (KRUK, GAGE, ARSENAULT ET AL., 2018).

 

Os investigadores Lynn et al. (2007) definem as estratégias de melhoria da qualidade como atividades sistemáticas e guiadas por dados, projetadas para trazer melhorias imediatas e de longo prazo na prestação de cuidados de saúde em ambientes específicos. Para este grupo, a política da qualidade é, ou deveria ser, uma parte intrínseca das funções cotidianas dos cuidados de saúde nas instituições. 

A qualidade em saúde é composta por espaços de cooperação entre o paciente e o profissional de saúde em um ambiente de apoio, fatores pessoais do provedor e do paciente, e fatores pertencentes à organização de saúde, e ao sistema de saúde (MOSADEGHRAD, 2014). No que concerne às premissas da qualidade, estas estão englobadas em: (i) qualidade do cuidado técnico, julgada por sua eficácia; (ii) qualidade do relacionamento interpessoal, avaliada em parte por sua contribuição para o cuidado técnico, (iii) e qualidade das comodidades ou estruturas, verificada pela parte mais física – quer material, como estrutural (DONABEDIAN, 1989). Sabe-se que, se bem conduzidas, as estratégias de melhoria da qualidade podem potenciar os cuidados de saúde, mas devem ser incutidas e cumpridas de forma ética, tanto pelos médicos, enfermeiros e demais profissionais, quanto pelos pacientes (LYNN ET AL., 2007). 

Mudanças nos setor de saúde

Dentre as muitas e distintas mudanças no setor da saúde, reconhece-se que o mercado está em constante desenvolvimento, alternando-se de um serviço orientado para o produto ou produtor, para um mercado voltado para o cliente – o paciente (AL-ALI, 2014). Neste sentido, as investigações realizadas por Gautam (2005) afirmam que as estratégias para a gestão das instituições de saúde em prol da implementação da qualidade devem incluir: preparação prévia para liderar, estratégias de autorregulação, participação visível em atividades da qualidade, esclarecimento dos papeis a desempenhar por todos os envolvidos, aumento do diálogo informal com os médicos e demais profissionais de saúde, reforma da equipe médica, criação de um departamento de gestão de qualidade, instituição de padrões de alta qualidade e auditoria externa da qualidade. 

Nimako e Kruk (2021) reiteram que a primordialidade de estabelecer as bases do sistema de saúde com objetivos claros, recursos adequados, regras bem especificadas e incentivos eficazes é crucial para o fornecimento consistente da verificação de uma prática, de uma política e de um padrão de qualidade, e que estes não podem ser substituídos por simples intervenções pontuais de melhoria da qualidade. Para Mosadeghrad (2014), a qualidade no sistema de saúde pode ser melhorada por uma liderança visionária que proporcione apoio, que garanta o planejamento adequado, formação e treinamento, que invista na disponibilidade de recursos e gerenciamento eficaz dos mesmos, funcionários informados e assentes nos processos de colaboração e cooperação entre os provedores.

Em um novo posicionamento em prol de um maior e melhor acesso à inovação e de verificação da qualidade nas instituições de saúde, bem como a crescente influência dos pacientes e da pressão pública, verifica-se que os pacientes têm se tornado clientes e parceiros das organizações de saúde, participando cada vez mais – e de forma ativa, dos processos estratégicos e de tomada de decisão (AL-ALI, 2014). Assim, com o intuito de primar por uma relação profissional e humana cada vez mais colaborativa, ética e de qualidade, este artigo – apoiado na literatura científica atual, visa elencar estratégias para instituir a política da qualidade em instituições de saúde, revisitando as premissas necessárias para a verificação desta realidade no contexto brasileiro e apontando alguns dos entraves mais frequentes.

Palavras-chave: Gestão; Qualidade; Segurança do Paciente; Instituições de saúde.

 

[Continua]

Sobre as autoras (Adriana Candido, Me; Andrea Belo, Espec.; Fabíola Monteiro, Espec.):

Adriana: Mestre em Gerontologia (Portugal); Graduada em Enfermagem; MBA em Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente; Avaliadora do Sistema de Gestão e Qualidade em Saúde ONA. Consultora do Axis Instituto.

Andrea: Especialista em Administração Hospitalar, Gestão Estratégica, Gestão financeira dos serviços de Saúde, Gestão de Processos, Gestão de Projetos, Controladoria e Auditoria. Consultora do Axis Instituto.

Fabíola: Especialista em Gestão Pública, Gestão de Processos, Direito Sanitário, Gestão para Resultados e Melhoria Contínua da Qualidade. Consultora do Axis Instituto. 

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Fotos: Pixabay 

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