(Por Maria Auxiliadora Castilho, Dra)
A Gestão Educacional e as transformações
Em tempos de tantas ambiguidades, de rápidas mudanças e significativas transformações, especialmente no campo tecnológico e da cultura, nota-se certa carência de referenciais seguros e capazes de orientar a direção, já que as receitas prontas definitivamente não se aplicam ao contexto atual.
Trata-se de sérios desafios postos a todos nós, mas especialmente as instituições educacionais e respectivamente aos responsáveis pela gestão educacional, uma vez que cabe a eles planejar e implementar os conteúdos e os instrumentos utilizados na preparação das pessoas que atuarão nesse contexto, que tende a tornar-se cada vez mais complexo e singular.
Nota-se que múltiplos temas circundam a rotina dos gestores dessas instituições, e uma série de soluções são propostas continuamente como meios que podem assegurar a sustentabilidade e melhores resultados, levando em conta os aspectos pedagógicos e administrativo-financeiros.
Desafios atuais
No âmbito pedagógico fala-se de soluções bilíngues, de cultura maker, do uso de tecnologia e de metodologias ativas, da educação financeira, de atividades que ajudem a despertar o espírito empreendedor e da criação de itinerários que contribuam para o desenvolvimento integral do aluno, de acordo com as suas aptidões.
No contexto administrativo e financeiro uma gama de ferramentas tecnológicas é disponibilizada com o intuito de garantir a segurança de dados e informações, e o controle dos processos, possibilitando a geração de informações e indicadores variados que fundamentem a tomada de decisão, em vista do desenvolvimento sustentável e a perenidade da instituição.
Vinculadas a essas questões, obviamente inserem-se outras que passam necessariamente pela temática da fidelização de alunos matriculados e captação de novos, uma vez que a razão de ser e existir de uma instituição educacional se fundamenta necessariamente nesse elemento.
Sabe-se, pela prática, que a intensa oferta de serviços ou produtos em qualquer mercado tende a acirrar a concorrência nesse ambiente, ocasionando o aumento de opções a serem consideradas na hora da escolha de um serviço ou produto, principalmente quando as características e o preço são similares.
Dessa forma, atrai um número maior de potenciais consumidores quem possibilita a percepção de possíveis benefícios agregados ao optar por determinado serviço ou produto em detrimento de outros, sendo que essa decisão, na maioria das vezes, se fundamenta em elementos subjetivos.
No cenário educacional essa realidade não é diferente.
De acordo com Lima e Melo (2016), em países onde foram introduzidas políticas educacionais neoliberais, foram incorporados novos atores ao cenário, levando ao surgimento do fenômeno pela busca de “clientes” (alunos) com ações estratégicas de marketing específicas para o setor educacional.
Nesse sentido, percebe-se que a chegada desses novos investidores (atores) muitas vezes com grande potencial de investimentos em infraestrutura e gestão, afeta o ambiente em que se inserem, alterando a lógica estabelecida e impondo adequações a todo o sistema.
Com isso soma-se à rotina dos gestores educacionais, certa preocupação em evidenciar as características institucionais junto ao público potencial, bem como salientar, aos olhos da comunidade educativa, os avanços da escola e as propostas de inovação para atender as demandas cada vez mais exigentes.
O exercício de destacar-se nesse cenário pode transformar a já complexa vida dos gestores em um extenuante esforço de planejamento, organização, supervisão e inovação de práticas.
Novos cenários vão se configurando e com eles novas demandas vão surgindo e respostas inovadoras precisam ser elaboradas, mas quais as pistas do caminho a construir nesse ambiente tão intrincado, denominado atualmente de mercado educacional?
Diferenciais competitivos
É evidente que as instituições educacionais católicas são detentoras de uma história solidificada e uma experiência consistente, em anos de ação, que geralmente servem como referência para o mercado em que atuam. No entanto, uma parte significativa dessas mesmas instituições se vê acuada, perdendo visibilidade e lugar de atuação diante do surgimento e expansão de grupos educacionais oriundos de outros setores da economia.
Constata-se que esse movimento expansionista ocorreu em primeiro momento no ensino superior e atualmente estende-se para o ensino fundamental e médio.
Diante disso, propõe-se que a bagagem histórica e experiencial das instituições educacionais católicas seja utilizada como fonte para a criação de vantagens e diferencias competitivos que sirvam como destaque e polos de atração na captação de novos alunos e na manutenção daqueles já existentes.
Mas como conciliar a missão institucional e ao mesmo tempo responder aos desafios atuais e às práticas do mercado, por vezes tão astutas e predadoras?
Propõe-se como caminho possível o aprendizado e a ressignificação das práticas da Administração Estratégica adotadas em ambientes altamente competitivos.
[Continua]
Sobre a autora (Maria Auxiliadora Castilho, Dra.):
Administradora, Professora no ensino superior, Coordenadora Administrativa da Rede Concepcionista do Ensino e Doutora em Administração de Empresas.
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Fotos: Pixabay