Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil

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Dentre as aulas que ocorrerão no II Módulo da Pós Graduação em Gestão Eclesial e de Instituições Confessionais (ISTA e AXIS), no dia 11 de julho/2019, Dom Edson Oriolo (Bispo Auxiliar de Belo Horizonte/MG) ministrará a aula sobre as “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil” de 13h30 às 18h, no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA).

“chamou os que ele mesmo quis…
para estarem com ele…
e para envia-los a anunciar…”

(Mc 3,13-15)

O tempo atual exige de todos nós a renovação de forças missionárias para bem cumprir a tarefa de anunciar a Palavra de Deus, e assim, promover a paz, superar a violência, construir pontes em lugar de muros, oferecer a misericórdia de Cristo Jesus com o remédio para a vingança e reacender a luz da esperança para vencer o desanimo e as indiferenças. Essa é a nossa vocação, pois somos discípulos missionários a anunciar o Reino de Deus até a plenitude.

Vivemos um tempo em que somos desafiados, igualmente, a apostar e a viver testemunhando a fraternidade e a solidariedade de forma efetiva junto aos irmãos e irmãs, em todas as circunstancias da vida, iluminados e comprometidos pela evangélica opção preferencial pelos pobres. Assim, contribuímos para qualificar nossa cidadania nessa tarefa permanente de construção de uma sociedade assentada sobre os valores do Evangelho de Jesus Cristo.

Por isso, vocacionada a evangelizar, a Igreja se volta incessantemente ao seu Senhor, nele e com ele, compreender a realidade em que se encontra e discernir caminhos para cumprir a tarefa missionária dele recebida, consciente da realidade  cultural cada vez mais urbana no Brasil, com todas as suas complexidades, desafios e oportunidades. Desse modo, as Diretrizes  Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil são o caminho encontrado para responder aos desafios de um país que na segunda década deste século XXI, experimenta grandes transformações em todos os âmbitos. A igreja acolhe a convocação do Papa Francisco e, no cumprimento de sua missão, quer colaborar para que se encontre um novo rumo para as pessoas e a sociedade (LS,n.53). Seu ponto de partida  e seus sustento estão sempre no reconhecimento de que, por maiores que sejam os desafios e as angustias, o Senhor Jesus se faz presente Ressuscitado e Vitorioso sobre a morte e o pecado, caminhando conosco, seus discípulos, para nos fortalecer e nos levar a proclamar a alegria do Evangelho (Lc 21,13-35).

Estas diretrizes se constroem à imagem da Casa. Em seu duplo movimento, a Casa permite o ingresso e a saída. É, ao mesmo tempo, lugar de acolhimento e envio. Com isso, ela remete aos dois grandes eixos inspiradores dessas Diretrizes: comunidade e missão. A casa é a imagem do que as Diretrizes chamam de comunidades eclesiais missionárias.

De fato, esses dois grandes eixos se supõem mutuamente. Ser cristão implica, entre outros aspectos, viver em comunidade (At 4,32-33), estabelecendo vínculos muitas vezes mais fortes do que os laços de sangue (Lc 8,19-21). Implica igualmente o desejo de transbordar essa experiência para todas as criaturas ate os confins da Terra (At 1,8). Por isso, não se pode separar uma dimensão da outra. Comunidades que não geram missionários são tristes expressões da esterilidade de quem perdeu seu rumo na vivencia do Evangelho. Missionários que não se fundamentem na vida em comunidade correm o risco de se tornar andarilhos solitários, sem referências existenciais para sua atuação. Nascida e alimentada   no coração da vida comunitária, a missão gera novas comunidades e, nesse movimento, interpela a sociedade, chamando todos à conversão.

Para levar adiante essa missão, foram identificados quatro pilares, à semelhança dos que sustentam uma casa. São eles: a Palavra, o Pão, a Caridade e a Ação Missionaria. Com isso estabelece-se forte linha de continuidade com as duas Diretrizes anteriores. Estas, com suas urgências, buscaram ajudar a Igreja no Brasil a assumir os desafios do tempo presente. Agora, é o momento de recolher os frutos da caminhada empreendida, firmar ainda mais o foco e por meio dos planejamentos locais, nas dioceses e demais organizações, cumprir, em unidade, a vocação  evangelizadora. 

Inspirados pelo apóstolo Paulo, recordando seu sentimento ao dizer “Ai de mim, se eu não anuncio o evangelho!” (1Cor 9,16), possam estas diretrizes arder em nosso coração. Possam nos impulsionar a Evangelizar no Brasil cada vez mais urbano, em comunidades eclesiais missionarias, pelo anúncio da Palavra de Deus, para formar discípulos e cuidar da Casa Comum.

Acompanhe-nos a Virgem Maria, Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, com sua proteção materna e intercessora, inspirando-nos o seu SIM de discípula exemplar.

Brasília, 14 de maio de 2019

Festa do Apóstolo São Matias

Dom Walmor Oliveira Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte – MG
Presidente

Dom Jaime Spengler, OFM
Arcebispo de Porto Alegre – RS
1.ª Vice-Presidente

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima – RR
2.º Vice-Presidente

Dom Joel Portella Amado
Bispo Aux. São Sebastião do RJ
Secretário-Geral

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